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KILUANJI KIA HENDA

Kiluanji Kia Henda (Luanda, Angola, 1979) vive e trabalha entre Luanda e Lisboa. É um artista autodidata e cresceu num meio habitado por entusiastas da fotografia, que o inspiraram a criar a sua própria arte e discurso. Mais tarde começou a dissecar a sua própria linguagem, através de intervenções, música, teatro experimental e colaborando com um coletivo de artistas em Luanda. Alguns destes, mais tarde com Kia Henda, fizeram parte da Primeira Trienal de Luanda, plataforma que os impulsionou a expôr trabalho não só em Angola mas internacionalmente.


Kia Henda explora, através da fotografia, vídeo, performance e escultura, temas como a história e memória colonial, o Modernismo em África, e as relações Europa-África, de forma humorística e irónica, desafiando noções de identidade, política e as percepções.


As suas obras integram coleções públicas e privadas um pouco por todo o mundo e foram expostas em diversas galerias, instituições e eventos, como as bienais de Dakar, São Paulo e Veneza.

PLANTAÇÃO


"Plantação" pretende tratar da memória da escravidão enquanto presença de uma ausência, pois não acreditamos ser possível representar de forma direta e realista tamanho trauma transnacional. Voltamo-nos, então, para a matéria-prima, a cana-de-açúcar, o "ouro branco" que esteve nas origens do tráfico de pessoas escravizadas.

O Memorial às Pessoas Escravizadas pretende referir uma história que não se consubstancia apenas na escravatura, mas num passado anterior a isso, num legado e num conjunto de perdas pessoais, familiares e das comunidades a que estas pessoas pertenciam. E a possibilidade de garantir novos encontros e novas histórias partilhadas permite quebrar correntes enquanto se criam elos de memória. Este memorial pretende sublinhar o carácter económico da escravatura ao mesmo tempo que permite que a contemplação resulte do próprio espaço, tornando assim relevante o local em que está implantando e trazendo à luz o lugar da escravatura no crescimento de Lisboa e do mundo da diáspora pela sua ligação ao mar.

O memorial representa uma plantação de 400 canas-de-açúcar queimadas, como símbolo de resistência das pessoas escravizadas. Distribuídas pelo terreno disponibilizado, que tem forma triangular, o número de canas representa simbolicamente o número de anos de escravatura transcontinental entre África, Brasil e Portugal. As canas estão dispostas de forma equidistante, em malhas com as dimensões de 1,80x1,80m e 0,90x0.90m. A malha mais pequena, de 0,90mx0,90m, permite densificar o miolo da plantação, e assim enfatizar uma ‘clareira’ circular composta por 25 bancos de granito. Os bancos formam um grande círculo, com diâmetro de 13,50m, como se fosse um ‘quilombo’ de pessoas escravizadas. Este espaço dá origem a um ponto de encontro, ao mesmo tempo público e intimista, servindo de palco para as mais variadas manifestações, da música aos pequenos espetáculos de rua, dos diálogos cívicos às leituras teatrais.


De referir que o número de canas e o diâmetro e número de folhas de cada cana foram reduzidos em relação à fase de concurso, por sugestão do arq. Carrilho da Graça, responsável pelo arranjo paisagístico da zona. Garante-se assim uma peça mais esbelta, reduzindo-se o impacto visual na zona envolvente.

Kiluanji Kia Henda: Sobre
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